A comemoração dos 3 anos da Feirinha da Orla Seca, realizada na noite de sábado (26/04), terminou de forma conturbada após intervenção da Polícia Militar, que utilizou agentes químicos para dispersar o público. O evento, promovido pela Associação ABVERJAI em parceria com a Prefeitura Municipal e comerciantes locais, reuniu mais de 5.000 mil pessoas.
De acordo com a associação, o evento transcorreu normalmente até cerca de 23h45, quando o som foi desligado e os artistas iniciaram a desmontagem do palco. No entanto, uma briga envolvendo duas mulheres foi registrada nas proximidades, exigindo a intervenção dos policiais.
A feira contou com a contratação de cinco seguranças privados (três homens e duas mulheres). Para um público do porte registrado, especialistas em segurança pública recomendam, em média, cerca de 20 seguranças e um efetivo policial proporcional, estimado em 10 agentes. A quantidade disponibilizada, portanto, foi considerada insuficiente para a dimensão do evento.
Em nota, a Polícia Militar informou que o evento foi comunicado de maneira intempestiva, o que dificultou o planejamento operacional e a mobilização de recursos adequados. Segundo a corporação, durante a contenção inicial da briga, foi necessário o uso de gás de pimenta como medida de dispersão. Ainda de acordo com a PM, após a intervenção, parte da multidão teria hostilizado os militares, atirando garrafas de vidro, uma das quais atingiu a cabeça de um policial, agravando o tumulto e exigindo nova ação com agentes químicos.
Feirantes e participantes relataram momentos de pânico, principalmente entre crianças que estavam em brinquedos infláveis fechados. Casos de desmaios e mal-estar foram registrados, além de prejuízos financeiros, com comerciantes relatando perdas materiais e furtos durante a confusão.
A Associação ABVERJAI repudiou a ação da Polícia Militar e ressaltou que todos os protocolos considerados possíveis pelos organizadores haviam sido seguidos, destacando ainda que a Prefeitura Municipal prestou apoio na realização do evento.
Os episódios registrados durante a festa apontam para a necessidade de revisão dos protocolos de segurança e de comunicação entre organizadores e autoridades públicas, especialmente em eventos com grande número de pessoas, onde a previsão de segurança adequada e respostas rápidas são fatores essenciais para evitar incidentes como o ocorrido.
O caso foi registrado pelas autoridades e segue sob avaliação.
